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Posted by : Equipe Fã Clube Sinceramente Ana Carolina 17 de fev. de 2010

Ana Carolina reúne ídolos no DVD "9 + Um" que celebra os seus dez anos de carreira. John Legend e Esperanza Spalding também lá estão


                    
Era um desejo juntar tanto talento num DVD comemorativo ou foi uma ideia que surgiu por acaso?
Completando dez anos de carreira, pensei que queria fazer tudo o que tivesse vontade. Falei para o meu empresário que queria fazer um DVD com várias participações. Disse-lhe que queria cantar com a Maria Bethânia, Gilberto Gil, John Legend, Esperanza Spalding. E correu super bem porque as pessoas aceitaram participar e os encontros foram muito legais. Houve histórias curiosas. O John Legend era um cara que eu não conhecia, nunca tinha feito nada com ele. Aí, rolou um e-mail que dizia que eu era uma cantora brasileira e que adoraria que ele participasse no meu DVD. Mandei uma música e ele não só cantou como fez a letra. Fui para Atlanta e gravei um clip com ele. Maria Bethânia foi a primeira pessoa que me pediu uma música e era muito natural que eu a chamasse para cantar uma canção minha que ela gravou [“Eu que não sei quase nada do mar”]. O Gilberto Gil fez uma parceria chamada “Torpedo” para o disco “Nove” e logicamente chamei-o para cantar. Assim foi com o Luiz Melodia, um cantor que tem muito swing. Chamei a Roberta Sá para fazer “Milhares de sambas”, a Maria Gadu para uma música inédita chamada “Mais que a mim”, a Zizi Possi para cantar “Ruas de Outono”, Ângela Ro Ro para fazer “Homens e mulheres”, Seu Jorge para cantar “Tá rindo, é?” e Antônio Villeroy para cantar um inédito dele, “Heroína e vilã”.


Como é que se sentiu no meio de cantores de gerações tão diferentes?
Luiz Melodia eu escutava com 15, 16 anos... Ser fã e colega é uma honra incrível. Fiquei muito emocionada com estas participações que me deram aval para mais dez anos de carreira.

Quando olha para trás e recorda os tempos de menina em que cantava no cabeleireiro da sua mãe, o que é que pensa que mudou em si?
Aprendi bastante neste tempo, porque perdi um pouquinho a inocência. Percebi que trabalhar na música não é só ter uma boa percepção musical, compor e cantar. Não. É preciso entender o “business” da coisa e aprendi que o sucesso é uma gangorra: de vez em quando ela passa por você, de vez em quando ela sai de você, de vez em quando ela volta para você. É preciso estar sempre atento às oportunidades do sucesso. O público é o meu maior patrão, resolve o que vai ser feito da minha vida. Na verdade, eles não sabem disso, mas o público é o responsável por tudo. Se o sucesso acontece é porque tem um público ali na frente que quer ver você.

E o que é que se manteve da Ana Carolina menina?
A força trabalhadora para o artesanato. Temos de ter bastante esperança, não podemos desistir. [Winston] Churchill tem uma frase maravilhosa que diz assim: “De fracasso em fracasso você chega ao sucesso”. Isto significa que não nos devemos importar com todas as coisas que se atravessam no caminho e que nem sempre são fáceis, nem boas.

Em algum momento sentiu o fracasso?
Eu acho que... houve um disco que não correu muito bem, o disco de estúdio “Dois Quartos”. De todos os meus álbuns e de toda a minha história, foi o mais complicado, não foi uma coisa que toda a gente amou. Mas a situação reverteu-se com o “Dois Quartos ao Vivo”, que toda a gente gostou. Devia ter feito logo ao vivo (risos).

No início da carreira, teve consciência do seu rápido sucesso?
Eu tomei um susto muito grande. Garota, vinda de fora, de Minas Gerais, fiz um programa de televisão e entendi que as pessoas me iam conhecer. Mas a primeira vez que alguém falou “Vi-te num programa, dá-me um autógrafo”, eu apanhei um susto. Parece bobagem estar a falar disto assim, porque já estou acostumada. Mas com 24 anos não tinha noção e comecei a fazer terapia. Hoje completo dez anos de carreira e dez anos de terapia (risos).

Sentia-se incomodada com a fama?
Um pouquinho. Quando saía para comer alguma coisa, entre uma garfada e outra tinha de tirar umas fotos... Achava bom, mas em alguns momentos perdia a privacidade.


E como é que aprendeu a lidar com as polémicas, sobretudo quando assumiu a sua bissexualidade?
É engraçado que quando saiu essa revista com essa entrevista, um conhecido chegou ao pé de mim e falou assim: “Você gosta de homem também?”. Foi bom porque ficou logo claro para todo o mundo. As pessoas têm o hábito de se focarem só na arte, de não falarem da vida pessoal. Mas eu não tenho o menor problema com isso, não sofro com o facto de obter uma resposta positiva ou negativa. Para dizer a verdade, depois de ter dito isso, os shows continuaram lotados e os discos continuaram a vender-se. No fundo, no fundo, eu consegui provar uma coisa: as pessoas estão é interessadas na música. Há pessoas que se escondem por medo de serem atingidas de alguma maneira, mas eu demonstrei que não. É importante que uma personalidade diga o que pensa, principalmente sobre os tabus da sexualidade, que ainda existem aqui no Brasil claramente. Acho que dou força para que algumas pessoas possam viver de uma maneira mais livre e aberta em relação à sua sexualidade.

Se pudesse pô-los numa balança, quais dos dois lados pesaria mais: o de intérprete ou o de compositora?
Eu componho muito, mas a minha maior felicidade é quando outra pessoa canta, porque aquilo passa da cantautora. É muito provável que eu faça uma canção e a cante, mas quando a dou a alguém consigo acertar um alvo diferente e fico muito realizada. Como cantora eu gosto muito de fazer shows, mais do que ficar no estúdio. O palco é o lugar onde me sinto mais à vontade. É uma coisa de verdade, quando começa o show, os erros têm de ser perdoados, os apertos aplaudidos... é um risco e eu gosto de correr esse risco. Mas o que eu gosto mais de fazer é mesmo compor.

Deseja acabar a vida a compor?
A compor, sempre.

Além da música, até onde vai a sua ambição?
Quero lançar outros artistas pelo meu selo [editora].

E para quando um regresso a Portugal?
No máximo até Junho, com muito prazer!



fonte: Jornal Metro

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